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Postagem em Destaque.

Saúde não tem preço, mas tem custos; e o custo é alto!

Antes de discorrer sobre o tema proposto, parece oportuno problematizar em busca do entendimento acerca do que seriam "preço" e...

Exame laboratorial: A qualidade tem que ser do tamanho da utilidade.

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Exames laboratoriais são relativamente caros e, com a medicina moderna, tendem a usar uma proporção cada vez maior dos recursos do sistema de saúde. Assim, o mínimo que se deve esperar é que os Laboratórios Clínicos assumam a responsabilidade de produzir resultados de exames que sejam de real utilidade para se fazer corretamente diagnóstico, prognóstico, controle terapêutico e prevenção de enfermidades.

Programas que garantam a qualidade são um caminho eficiente tanto para manter os padrões no desempenho dos laboratórios quanto para melhorar os padrões onde se faz necessário.
Assim "Garantia da Qualidade" corresponde ao conjunto de atividades planejadas e sistemáticas de uma empresa que servirão para garantir que o seu produto ou serviço atende os requisitos da qualidade. Referindo-se a um laboratório de patologia clínica, a Garantia da Qualidade engloba as atividades relacionadas com os processos pré-analíticos, analíticos e pós-analíticos.

Para garantir a qualidade de seus produtos ou serviços, uma empresa deve, então, implantar um Sistema da Qualidade aliado a um processo de Gestão da Qualidade que possa dar sustentação a todas as atividades. No caso de um laboratório clínico a finalidade é assegurar um desempenho eficiente e confiável para que sejam gerados resultados válidos que irão influenciar as decisões médicas. Sendo assim, espera-se que os seguintes aspectos do processo de trabalho recebem atenção devida:


- Controle do desempenho de todos os métodos analíticos com o objetivo de prevenir deterioração;

- Adoção de sinais de alerta para prevenir a liberação de resultados não conformes e indicar a necessidade de ações corretivas;

- Assegurar que os procedimentos de colheita, transporte, armazenamento e utilização das amostras sejam adequados;

- Maximizar os procedimentos de manutenção preventiva de equipamentos e instrumentos, de calibração e de testes de verificação propostos pelos fabricantes;

- Aperfeiçoar o desempenho metodológico com a seleção de padrões calibradores adequados;

- Padronização dos procedimentos operacionais;

- Redução das variações ligadas aos operadores através de programas de educação permanente e educação continuada em serviço.
O fato é que, um exame laboratorial só tem boa qualidade se for clinicamente relevante, ou seja, precisa ter utilidade satisfatória na prevenção e/ou no tratamento de uma doença. Sendo assim, parâmetros de qualidade que julgamos interessantes são:

- Confiabilidade, ou seja, o resultado está correto? 

- Reprodutibilidade, isto é, o mesmo resultado é obtido quando o teste é repetido? 

- Rapidez, quando o exame é rápido o bastante para se aproveitado pelo médico na prescrição do tratamento;

- Relação custo-benefício, quando o custo do exame se justifica em relação ao benefício para o paciente e a comunidade.
No entanto diversos fatores genericamente designados de "Fontes de Erro" podem afetar e comprometer a confiabilidade e a reprodutibilidade de resultados de exames laboratoriais. Esses fatores estão relacionados a equipe técnica, ambiente de trabalho, amostra clínica, materiais utilizados, métodos analíticos adotados, equipamentos utilizados, leitura e registros.

Com relação ao pessoal técnico, é fato que o desempenho está diretamente relacionado com a qualidade da educação e treinamento recebidos, além da experiência e das condições em que é realizado o trabalho.

Os fatores ambientais de trabalho guardam relação com as questões ergonômicas, de modo que um ambiente de trabalho laboratorial com falhas de iluminação e/ou ventilação, temperaturas extremas, nível excessivo de barulho ou condições de trabalho sem segurança provavelmente repercutirão negativamente nos resultados dos exames.

A qualidade da amostra clínica é crucial para o resultado do exame. Amostra mal coletada e/ou mal conservada pode colocar à perder as demais etapas do processo analítico. Sendo assim, os profissionais que coletam transportam e realizam os primeiros procedimentos com as amostras biológicas precisam de treinamento e aperfeiçoamento contínuos. A situação se reveste de maior gravidade quanto a amostra é obtida fora da área de controle do laboratório, a exemplo de postos de coleta. Nesse casos, há que se preocupar com a coleta, identificação, pré-processamento, estocagem e transporte dessa amostra até o laboratório.

A depender do tipo e do porte do laboratório, é necessária uma grande quantidade de materiais. São reagentes, produtos químicos, vidrarias, corantes, meios de cultura e até animais utilizados como cobaias. O mercado oferece uma gama enorme de opções e o laboratório precisa estar focado no seu padrão de qualidade antes de inserir qualquer material ou insumo em sua rotina analítica.

Da mesma forma que a oferta de materiais de uso laboratorial é vasta, semelhante acontece com os métodos analíticos, mas um bom estudo das opções disponíveis permite fazer a escolha por métodos qualitativos e/ou quantitativos mais confiável.

O desenvolvimento tecnológico na área de laboratório clínico é intenso e produz equipamentos analíticos cada vez mais sensíveis. As vantagens são muitas, mas a falta de manutenção, a falta de condições ambientais para a operação de equipamentos a utilização de reagentes não especificados e a manipulação por pessoal sem qualificação pode produzir resultados de baixa qualidade e sem qualquer valor clínico.

Por fim, o profissional de laboratório está constantemente realizando leituras com o uso de equipamentos (microscópios, pHmetros, termômetros, balanças analíticas, etc). A leitura apressada e a transcrição de valores faltando casas decimais é danoso para o resultado final do produto do laboratório, ou seja, o Laudo Laboratorial.

Os trabalhadores envolvidos na rotina de uma laboratório clínico têm no Controle da Qualidade a melhor política para dar confiabilidade ao produto laboratorial. Trata-se de uma obrigação para com o cliente. O Programa de Controle da Qualidade de um laboratório não deve ser encarado como uma estratégia de punição. O propósito deve ser o de criar condições para identificar as necessidades de capacitação, treinamento e aplicação de ações corretivas.



Que o Rio de Janeiro não abandone os seus drogaditos à própia sorte.

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Muitas são as explicações para a consolidação de um poder paralelo (marginal) dentro do Rio de Janeiro ao longo dos últimos trinta anos. E, em todas as teorias, a droga aparece como o principal catalisador, potencializada pela ausência do poder público nas comunidades, que órfãs se encantam com a atenção demonstrada pelos marginais, não sabendo que estariam condenadas ao domínio do medo e do terror.
Passados aproximadamente trinta anos, e não estando clara a motivação, o poder público, em uma atitude inédita de profunda articulação e entendimento organiza uma das mais brilhantes ações entre forças policiais e decide retomar para o uso público um território até então controlado e utilizado para os interesses do mal.
A ação do poder público iniciada na última semana corresponde a um verdadeiro jogo de xadrez e está longe de ser concluída. Trata-se de uma colcha de retalhos que o estado terá que costurar muito bem costurada para que os frutos dessa ação sejam perenes e não temporários.


Leia-me

Tudo parece perfeito... Mas o câncer pode estar lá.

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Óvulo envolvido por espermatozoides.
Quando nos referimos ao organismo humano nem sempre nos damos conta dos números astronômicos que envolvem a sua constituição. Você sabia que um indivíduo adulto da espécie humana possui aproximadamente 100.000.000.000.000 (cem trilhões) de células? E que ao longo da vida, um indivíduo humano pode chegar a produzir 10.000.000.000.000.000 (dez quatrilhões) de células? O interessante é que tudo começa com apenas uma célula denominada ovo ou zigoto, que é o resultado da fusão de uma célula produzida pelo macho (espermatozoide) com uma célula produzida pela fêmea (óvulo). A partir dessa estratégia da natureza, todos os eventos biológicos que poderão acontecer no organismo resultante dessa fusão celular estão determinados. Estou falando de um determinismo relativo e não absoluto! Alguma coisa parecida com a chance de ganhar na loteria, onde todos nascem com chance de ganhar, mas pra ganhar precisa jogar!

A célula, na sua diminuta dimensão, é de uma complexidade incrível, uma vez que dispõe de microestruturas capazes de realizar importantes funções como produção de energia, produção de substâncias de utilidade para a própria célula ou de ação no meio extracelular - que controlam as funções do organismo - ou até mesmo para manter o equilíbrio físico-químico (equilíbrio hidrossalino, equilíbrio ácido-básico) fundamentais à preservação da vida.
Célula animal esquemática

A célula, portanto, é o nível organizacional mais elementar capaz de executar todas as atividades vitais que são executadas pelo organismo que ela constitui. Assim, se a organização da célula for de alguma forma perturbada a sua função fica comprometida e as conseqüências desse comprometimento variam de acordo com a extensão da perturbação, cujo ápice é a morte celular. Provavelmente a região mais delicada da célula seja o núcleo, pois é nesse compartimento que se encontra a estrutura responsável pela regulação e manutenção da célula. O núcleo pode, sem qualquer exagero, ser comparado ao cérebro humano, pois as responsabilidades e as decisões do núcleo celular definem a sobrevivência e a qualidade de vida da célula, tal como acontece com as decisões racionais humanas. O que torna o núcleo uma estrutura vital para a célula é a presença do material genético, que são os ácidos nucléicos RNA (Ácido Ribonucléico) e DNA (Ácido Desoxirribonucléico). Os ácidos nucléicos são de uma simplicidade e complexidade impressionantes. Simples porque são constituídos por apenas quatro tipos de moléculas (nucleotídios). Complexos porque com apenas esses quatro tipos de moléculas é possível coordenar a síntese de todas as proteínas necessárias à célula e, conseqüentemente, transmitir as informações genéticas de ascendentes a descendentes. Lembra que falei anteriormente da fusão do óvulo e do espermatozóide? É essa fusão que possibilita a mistura do material e garante que os organismos gerados sejam distintos, ou seja, indivíduos.

Esquema de duplicação do DNA
Alie-se a tudo isso que achamos impressionante o fato de que todas as células humanas têm a capacidade de gerar cópias de si mesma preservando, consequentemente, toda a identidade definida a partir da fecundação. Isso só é possível porque o material genético, mais precisamente o DNA, tem a capacidade de autoduplicação. A autoduplicação do DNA garante a perpetuação e a evolução biológica da espécie humana. Isso porque cada espermatozoide e cada óvulo produzido pelo organismo possui uma combinação de material genético diferente. Considerando que a junção dessas duas células é aleatória, temos infinitas possibilidades de combinações.

Esquema de reprodução sexuada
Mas quando falamos de evolução biológica, nos vem instantaneamente a noção de perfeição, pureza, melhoramento. E não está errado... apenas está incompleta a compreensão! Para explicar,digo que só conseguimos evoluir, melhorar, porque a nossa forma de reprodução é sexuada. Se reproduzíssemos assexuadamente, já teríamos sido extintos. Só que quando reproduzimos sexuadamente juntamos as "coisas" boas e as "coisas" ruins de dois organismos. A essas "coisas" damos o nome de gens. Os gens ficam contidos dentro das células, compondo o DNA e podem a qualquer momento da vida ser acionados e produzir um efeito no respectivo organismo. E o efeito poder ser a alteração do comportamento de determinadas células, fazendo com que elas deixem de executar as tarefas para as quais estavam programadas e passem a ter uma vida independente e desregrada, ao que chamamos genericamente de Câncer. Independente porque não obedecem mais a lógica do sistema orgânico. Desregrada porque não conhecem limites e fazem de tudo pra se manter vivas. A agressividade dessas células transformadas varia e algumas células se tornam tão vorazes que levam o organismo à morte em pouco tempo. O interessante é que até o momento em que esses gens são ativados tudo parece perfeito... Mas o câncer pode estar lá!



Para os incapazes, resta a Seleção Natural.

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Caricatura de um híbrido Darwin-macaco
Uma gata ou uma cadela ou mesmo uma ratazana dá à luz uma ninhada. Enquanto os filhotes vão nascendo a mãe inicia um ritual instintivo de lambedura e movimentação dos seus rebentos. Aos olhos de um leigo, trata-se apenas de uma atitude de afago e satisfação próprios das mães quando do nascimento dos seus filhos. Na verdade, nesse momento está operando a clássica Lei Biológica da Seleção Natural, proposta por Charles Darwin em 1859, através da obra "A origem das Espécies", obra esta, jamais refutada! Estou fazendo esse preâmbulo para contextualizar que, teoricamente, na natureza não existe lugar para os organismos incompetentes. Falo incompetente no sentido mais amplo possível da palavra e falo teoricamente porque tudo é relativo, pedindo licença para plagiar Albert Einstein. Quem não se lembra da história infantil "O patinho feio"?onde, em resumo, o patinho feio foi tão discriminado por estar fora dos padrões que decidiu afastar-se de todos e viver isolado.

Se observarmos com atenção os animais "ditos" inferiores ou irracionais em busca de deficiências, provavelmente não as encontraremos. Então, será que eles são perfeitos? Será que não ocorrem erros biológicos durante a embriogênese? Será que a natureza foi tão benevolente com esses seres vivos e todos os indivíduos nascem no limite da perfeição? Será que só existe defeitos e deficiências na espécie humana?
O que distingue o predador da presa é a oportunidade

Claro que não! A mutação genética ocorre em toda a escala biológica, seja animal, vegetal, microbiana e até viral. Aliás, o que seria das espécies se não fossem as mutações!? Provavelmente já estariam todas extintas ou fadadas à extinção, a menos que as condições ambientais se mantivessem inalteradas ao longos do bilhões de anos de evolução da terra.

Voltando à história do patinho feio, sabemos que ele se isolou de todos e foi viver na floresta. Se o final dessa história seguisse a lógica biologicista ele deveria ser devorado por um predador dentro da cadeia alimentar, eliminando-se dessa forma um indivíduo incompetente - nesse caso, a incompetência ilustrada é a feiúra que o tornava fora dos padrões aceitáveis pela população de patos.
Criança portadora de sindrome de down

Pois é; a sábia natureza se instrumentalizou de uma série de ferramentas que também são estratégias que garantem não só a manutenção da vida, mas a contínua melhoria dos padrões genéticos das espécies. As ferramentas a que me refiro são a reprodução sexuada, a reprodução assexuada, a mutação e a seleção natural. Nenhum ser vivo escapa da ação dessas potentes ferramentas naturais. Consegue-se no máximo retardar a ação, que é o que fazemos quando dispensamos cuidado e atenção aos seres humanos portadores de deficiência física ou mental incompatíveis com a luta pela sobrevivência.Entre os animais irracionais não há tempo nem condições de cuidar de um parente doente ou deficiente. A solução é matá-lo ou abandoná-lo à própria sorte, pois a natureza se encarregará de eliminá-lo do meio ambiente, segundo a lógica de que só os que estão melhor preparados para competir pela vida sobrevivem. Então não se assustem se virem uma cadela, uma gata ou qualquer animal irracional sacrificando alguma de suas crias logo após o nascimento. Elas podem ter identificado deficiências ainda imperceptíveis a olho nú que tornarão aquele filhote um pesado fardo e colocarão a todos em risco de serem predados dentro da cadeia trófica, daí o ato instintivo de executar o sacrifício do filhote.
Cadela com 10 filhotes recentes
Mas esse comportamento dito instintivo e irracional também se verifica entre tribos indígenas que ainda não sofreram o processo de aculturação. Nessas tribos os filhos que nascem doentes ou com deficiência física são sacrificados pela própria tribo, após decisão coletiva, pelo bem da própria tribo.Em relação ao homem civilizado, parece que a natureza previu que tentariam enganá-la e tomou uma providência radical: tornou infértil ou reduziu dramaticamente a capacidade fértil de indivíduos portadores de doenças inúmeras doenças genéticas como Sindrome de Turner, Síndrome do Tripo X, Sindrome de Dawn, Sindrome de Klinefelter. Embora a tecnologia possibilite a sobrevida desses indivíduos por longos anos não há risco de perpetuar o gen defeituoso e a seleção é feita com a morte natural desses indivíduos.

O fato é que, descartando-se a intervenção humana, a natureza não dá outra alternativa aos deficientes senão a opção de seguir a Lei da Seleção Natural. Isso pode parecer cruel, mas é para o bem da natureza.


Biossegurança na agenda do dia.

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Castelo de Manguinhos: Fundação Instituto Oswaldo Cruz
Realmente, o tema Biossegurança entrou definitivamente na agenda do dia. O fato é que a  abrangência desse assunto perpassa e matricia as diversas dimensões sociais culminando, inclusive, com preocupações de Estado, dada a possibilidade  de utilização de expedientes biológicos para a  intimidação de povos e nações através do Bioterrorismo, conforme relatei na postagen intitulada "...mais uma vez as SUPER BACTÉRIAS".
Mas nesse momento vou me ater apenas à discussão desse tema sob o enfoque do processo de trabalho que é desenvolvido nas centenas de Laboratórios de Saúde Pública espalhados pelo país, a exemplo da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (RJ), LACEN-SE, LACEN-BA, LACEN-PE, LACEN-GO, LACEN-SP, etc, que, logicamente não guarda qualquer relação direta com o bioterrorismo. Pelo contrário, esses ambientes, uma vez que são insalubres por natureza, é que podem se constituir em verdadeiras armadilhas para profissionais até comprometidos e responsáveis com suas tarefas, mas negligentes, imperitos ou imprudentes quando se refere à sua própria proteção e consequentemente à proteção coletiva, no que se refere à segurança biológica. 
Diversas espécies de colônias microbianas vistas ME
A compreensão da importância desse tema entre os colegas que labutam em laboratórios clínicos e porque não dizer entre os profissionais do campo da saúde é bastante incipiente e trafega na contra-mão do conhecimento científico desses profissionais. A explicação que trago para essa postura é simples e ao mesmo tempo preocupante pois, na minha opinião, o motivo pelo qual o profissional da saúde negligencia o risco biológico é o mesmo motivo do cidadão leigo, ou seja, o risco não está visível! O risco é microscópico. 
O problema ganham outra dimensão porque estamos falando de pessoas que conhecem o risco, conhecem e entendem de microbiologia. Sendo assim, como fazer para que assumam no cotidiano do seu trabalho uma postura preventiva em relação ao risco biológico inerente ao seu trabalho? Não estou dizendo que nesse assunto estamos na estaca zero. Muito já se avançou no Brasil, até por força de legislação, mas há um longo caminho a percorrer para que os ambientes sombrios e tenebrosos dos Laboratórios Biológicos, muito vezes bem retratados pela indústria cinematográfica, torne-se ambientes onde se produza ciência com os riscos sob controle.
LACEN-SE
Mais um passo concreto nessa direção foi dado pelo Ministério da Saúde ao publicar a recente Portaria nº 3.204 de 20 de outubro de 2010 (http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/105919-3204.html). A publicação dessa portaria é mais uma constatação de que a sociedade civil está preocupada com esse tema e, consequentemente, o governo federal está atento aos sinais emanados da sociedade.
A portaria de que me refiro aprova "Norma Técnica de Biossegurança para Laboratórios de Saúde Pública", entendendo-se aí qualquer laboratório que manipula amostras com fins de produzir relatórios (laudos) de interesse da saúde pública. Nesse bojo estão incluídos os Laboratórios Centrais (LACEN´s), os quais integram a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública e demais laboratórios legalmente constituídos.
De acordo com a Portaria, as motivações do Ministério da Saúde para a sua publicação são: 1) a necessidade dos Laboratórios de Saúde Pública implantar e garantir a execução de medidas de Biossegurança; 2) as medidas de Biossegurança devem estar articuladas com o sistema de gestão da qualidade; 3) os objetivos os requisitos de Biossegurança para a aplicação por parte da Direção e profissionais dos Laboratórios de Saúde Pública devem estar claros; 4) respaldo das Portarias  nº 2606/GM/MS, de 28 de dezembro de 2005, e nº 70/SVS/MS, de 8 de julho de 2008, que exigem que os laboratórios implementem medidas de Biossegurança.
LACEN-BA
LACEN-GO

No Art. 2º a Portaria 3.204 determina que os Requisitos de Biossegurança elencados sejam observados e exigidos durante as atividades de avaliação e supervisão, realizadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde, às unidades laboratoriais das sub-redes vinculadas às Redes de Vigilância Epidemiológica e de Saúde Ambiental.
Se algum gestor ou dirigente de serviço laboratorial de alguma forma se amparava na ausência de legislação clara para nortear a sua conduta acerca desse assunto, não terá mais esse argumento. Terá que conhecer os requisitos gerais e zelar pela aplicação dos mesmo que em nada mudou para os estudiosos dessa área. A diferença é que agora estão amparados legalmente.
Para quem está tendo o primeiro contato com esse assunto, vale destacar um trecho do objetivo dos Requisitos Gerais: "... prevenir, controlar, reduzir e/ou eliminar os fatores de risco inerentes aos processos de trabalho que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal, o meio ambiente e a qualidade do trabalho realizado".
Por fim, essa Portaria também servirá para dirimir de uma vez por todas a idéia equivocada de que qualidade e biossegurança são grandezas distintas e que devem ser consideradas distintamente.Que fique claro que não dá para desvincular essas duas propriedades: Não é possível um trabalho de qualidade que negligencia os princípios de biossegurança. 


Esperma, um santo remédio... Quem diria!?

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Há muito estou convencido que na terra, nesse planeta que não passa de um laboratório natural, há substâncias ativas contra todos os problemas que acometem os organismos vivos, tanto os humanos como os demais animais e vegetais. Os antibióticos são o melhor exemplo disso! Os nossos antepassados, há séculos, se valeram das propriedades terapêuticas de ervas e de produtos oriundos de outros animais para resolver, ao seu modo, os seus problemas de saúde e muitos desses conhecimentos, até então apenas empíricos, estão sendo ratificados por protocolos científicos nos diversos laboratórios de pesquisa espalhados pelo mundo.

Nesses tempos em que o homem (sexo masculino, cromossomos XY) está ficando cada vez mais descartável do ponto de vista da sua importância para a reprodução da espécie, ver em (http://www.laboratorioterra.com/2009/09/gravidez-nove-meses-que-desconforto.html), a busca de alternativas para aumentar a utilidade do macho é crescente, senão vejamos: Recentemente recebi um news leater informando que nos Estados Unidos existem indústrias farmacêuticas investindo pesado em estudos com amostras de esperma humano, na perspectiva de desenvolver produtos de uso medicinal, cosmético e dietético a partir do sêmen. Os produtos, ainda em fase de testes, prometem reduzir colesterol, aumentar a higidez do sistema imunológico, proteger o sistema cardio-pulmonar devido a existência de Omega-3 e ainda tem propriedades anti-bacterianas. Como se não bastasse, já existem aproveitadores comercializando pela internet algo com o nome comercial de "Sweet Release": " Não há outro produto como este", assegura a publicitária do recém lançado produto que só é vendido através da internet em embalagens plásticas contendo 60 cápsulas ao preço de 42,76 euros (R$110,00).

Acho que as conclusões dos estudos confirmarão o que se escuta nas rodas de conversas "leigas" de que esperma faz bem para a pele, para o cabelo, etc. Mas as pessoas deveriam aguardar essas conclusões. Se esse produto não está disponível para venda nas farmácias é porque ainda não possui os necessários registros. A aquisição através através da internet não permite a suficiente garantia da procedência, sobretudo em relação à matéria-prima (esperma).

Fico, entretanto, imaginando quando esse produto entrar em escala industrial... Haverá uma verdadeira corrida dos homens aos bancos de coleta de esperma (laboratórios) em busca de alguns trocados. E os laboratórios provavelmente precisarão aumentar as suas equipes para atender à demanda. Quem já fez vasectomia vai perder a boquinha!


Micróbios: Não subestime essas entidades.

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Paramentação adequada
Por ocasião da Semana Internacional de Prevenção de Infecções, que acontece entre os dias 17 e 23 de outubro, e considerando a minha formação de microbiologista, acho que não posso me furtar de  postar alguma matéria alusiva a esse movimento.
O fato é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que em breve 1,4 milhão de pessoas em todo o mundo estarão sofrendo de infecções adquiridas em hospitais. Um estudo do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), publicado em março de 2007, estimou em 98.987 o número de mortes por infecções associadas aos cuidados da saúde nos Estados Unidos em 2002.
As infecções adquiridas em ambiente hospitalar (hospitais ou clínicas) são genericamente designadas de Infecção Associada aos Cuidados da Saúde (IACS) ou simplesmente Infecção Hospitalar. Porém, para avaliar a possibilidade de Infecção Hospitalar, esta deve ser desenvolvida pelo paciente durante a internação ou alguns dias após a sua estadia hospitalar.
As IACS são problemas globais, afetando tanto pacientes quanto profissionais da saúde. Preocupada com a questão, a Kimberly-Clark Healt Carelaborou uma lista de medidas preventivas que poder ser observadas antes, durante e depois de uma estadia hospitalar para minimizar a exposição às Infecções associadas aos cuidados da saúde (IACS) e bactérias relacionadas, como SARM:

Limpeza e higiene pessoal:
Lavar corretamente as mãos
  • Lave suas mãos. Esfregue por pelo menos 15 segundos com água morna e sabão. Use álcool-gel se você não tiver acesso a água e sabão.
  • De três a cinco dias antes de sua cirurgia, tome banhos diários com sabão contendo 4% de clorexidina, disponível em farmácias.
  • Quando já estiver no hospital: peça para a pessoa que te atender lavar as mãos antes de tocar em você – na sua presença. Exija isso tanto de médicos e enfermeiras que forem examiná-los quanto de visitantes que abracem, toquem ou ajudem você a se vestir, etc. Não tenha vergonha! Sua vida vale um segundo de constrangimento.
  • Certifique-se que a equipe médica esfregue a área da cirurgia antes do procedimento, pois bisturis e outros instrumentos cirúrgicos arrastam as bactérias da pele para a incisão.

Equipamento:
- Uma fonte comum de contaminação cruzada por bactérias são os estetoscópios, que normalmente não são limpos após usados em cada paciente, Assim como qualquer equipamento, eles precisam ser adequadamente limpos para a utilização segura.
- Certifique-se de que as equipes hospitalares limpem e desinfetem todas as superfícies que você deve tocar, como grades de cama, cortinas e pias. Evite colocar comida ou utensílios nos móveis ou na cama
- Certifique-se que o cateter esteja adequadamente limpo quando inserido e removido e de que outro, novo e limpo, seja inserido a cada 3 ou 4 dias. Se alguma irritação aparecer na área em que for inserido, comunique a enfermagem imediatamente.
- Monitore ataduras e drenos e avise prontamente a enfermagem se eles estiverem soltos ou molhados.
- Evite o uso de cateteres urinários o máximo possível. Caso você precise de um, peça que seja removido de um a dois dias – o quanto antes melhor.


Exames:
- Faça um exame para verificar a presença de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM) pelo menos uma semana antes de ser internado. Você pode já ter SARM e não saber! É importante saber disso o quanto antes.
- Tenha a quantidade de açúcar sob controle se você tiver diabetes.
 
Medicação:
- Pergunte ao seu medico sobre a administração de antibióticos antes da cirurgia. Para algumas cirurgias, você pode receber uma dosagem antes da cirurgia para prevenir uma Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC).

Estética e Conforto:
Se você precisa de depilação, use depiladores elétricos no dia da cirurgia em vez de lâminas, pois, com essas últimas, são maiores as chances de cortes na pele, o que aumenta a exposição às bactérias que causam infecção.
- Peça a seu médico que lhe mantenha aquecido durante a cirurgia. Obviamente, você não irá sentir frio quando anestesiado, mas estudos provaram que procedimentos simples como manter os pacientes aquecidos diminui as chances de infecção.
- Peça a quem estiver tossindo que use máscara ou que fique pelo menos dois metros longe de você, a fim de que você não pegue uma infecção transmitida pelo ar.
- Embora visitas possam animar você, se familiares e amigos não estiverem se sentindo bem, peça a eles que esperem para visitá-lo quando estiverem melhor. Converse com eles por telefone enquanto se recupera.


Faça a sua parte, pois ninguém está seguro!


...mais uma vez, as SUPER BACTÉRIAS.

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Manipulação em Cabine de Segurança 
Acho que já vimos este filme... Se o leitor dessa postagem já era nascido na década de 1990 deve se lembrar da onda de Bioterrorismo que se espalhou pelo mundo, envolvendo envelopes apócrifos enviados através dos correios, contendo pó suspeito de contaminação por Bacillus anthracis. Nessa época eu trabalhava na Seção de Micobactérias do Instituto Parreiras Horta - IPH. O IPH é o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) do Estado de Sergipe. Nesse instituto eu também era responsável pela gestão de Biossegurança.

Ataque às torres gêmeas (EUA)

Por ser o laboratório oficial do estado, o IPH foi definido pelo Ministério da Saúde como responsável por receber todas as demandas relacionadas ao bioterrorismo e dar os devidos encaminhamentos. Lembro-me que ao todo foram doze ocorências envolvendo envelopes contendo pó. A maioria dos envelopes foi trazida para o IPH pelo pessoal do Corpo de Bombeiros, mas fui pessoalmente fazer o recolhimento do material no gabinete do Prefeito de Aracaju e no Aeroporto da cidade. Os envelopes continham amido de milho, que após análises revelavam-se inócuos, pois não existia material infeccioso. Parece que esse evento serviu para nos mostrar o quanto somos e estamos vulneráveis. A entrega dos envelopes a destinatários definidos mostrou-se uma estratégia simples e bastante eficiente, dada a capilaridade dos serviços dos correios em todo o mundo. Imaginem se misturado ao polvilho que era colocado nos envelopes existisse amostra de micróbio patogênico de grande poder de virulência. Digo isso porque em alguns lugares noticiou, realmente, a existência de Bacillus anthracis misturado ao polvilho. No entanto, sabemos que esse patógeno é de baixa virulência, dando a entender que a intenção era apenas comprovar a nossa fragilidade em termos proteção global. Tanto que, em seguida, outros eventos terroristas ocorreram no mundo, onde o mais emblemático talvez tenha sido o ataque aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, que culminou com a derrubada das duas torres do world trade center.
Simbolo de Biossegurança
O fato é que pesquisadores dentro de laboratórios espalhados pelo mundo  manipulam cepas microbianas altamente virulentas que, se caíssem nas mãos de terrorista, poderiam produzir epidemias e até pandemias que resultariam em mortes sem precedentes. Um exemplo de agente biológico altamente infectante é o vírus da varíola. Como sabemos, a doença já foi extinta no mundo, mas cepas virais estão guardadas em virotecas de laboratórios de segurança máxima (NB-IV) do mundo. Imaginemos a multiplicação desse vírus e a sua pulverização em uma área urbana com a utilização de um avião, por exemplo. Isso produziria uma catástrofe mundial, dada a alta infectividade e letalidade da infecção. A pergunta é: Será que esse material biológico está suficientemente seguro? Como vimos no caso do ataque às torres gêmeas, o altamente protegido espaço aéreo americano não conseguiu prever, deter e conter a tempo a invasão terrorista, e o resultado é do conhecimento de todos.
Eletromicrografia de micróbios
Hoje , 08 de outubro de 2010, a mídia divulga ocorrência de infecção por super bactéria que já resultou na morte de 18 pessoas em hospitais de Brasília. O detalhe é que, segundo as informações, essa bactéria é do gênero klebsiella, comum no sistema digestivo humano, mas sofreu alteração genética, tornando-se resistente aos antibióticos usuais (Jornal Hoje, Edição do dia 08/10/2010). Mas, o que são essas "Super Bactérias"? Como elas surgem? Como evitá-las? Para responder essas perguntas devo iniciar informando que o meio ambiente está repleto de germes (bactérias, fungos, protozoários) e vírus. Esses micro-organismos são, genericamente, classificados como saprófitas e patogênicos. Devo lembrar também que essas entidades biológicas não são apáticas, pelo contrário, interagem intensamente, estabelecendo relações simbióticas e parasitárias em diversos níveis.
Sepultura coletiva (vala comum)
Antes do descobrimento e desenvolvimento dos antibióticos e quimioterápicos, as pessoas contraiam infecções, adoeciam e apenas o seu sistema imunológico era utilizado para fazer frente à doença e, a depender da higidez do sistema imunológico e da virulência microbiana as pessoas se auto-curavam ou morriam ou se tornavam doentes crônicos. A cólera, a febre amarela, a gripe espanhola, a peste bubônica, a varíola, a tuberculose, a febre tifóide e o sarampo ceifavam muitas vidas. Abriam-se valas para os enterros coletivos tamanha era a quantidade de cadáveres.
Atualmente a seqüência de raciocínio é a mesma, exceto pela introdução de antibióticos e quimioterápicos cada vez mais eficazes. Isso explica a notável redução das mortes por doenças infecciosas. Mas, como falei antes, os micróbios não são agentes passivos. Na condição de seres vivos, eles se reproduzem ou se multiplicam (vírus) e para isso precisam em um dado momento do processo duplicar o seu material genético.  A fantástica engenharia de duplicação do genoma nos organismo é perfeita. Tão perfeita que permite a ocorrência aleatória de mutações. E são essas mutações que favorecem a modificação dos organismos, dando-lhes novas características adaptativas e, aleatoriamente, possibilita o surgimento de "super" micróbios. Super porque conseguem produzir secreções que neutralizam a ação de antibióticos e quimioterápicos. Super porque conseguem aniquilar seus concorrentes na busca de nutrientes. Super porque são mais competitivos.
Não podemos evitar as mutações genéticas. Conseqüentemente, não podemos impedir o surgimento de Super Bactérias. Seria como negar a evolução. Podemos sim, utilizar de forma racional os antibióticos e quimioterápicos, pois são eles que possibilitam a seleção dessas entidades biológicas, ao eliminar seus oponentes naturais.


O que dizer da tuberculose e da hanseníase?

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A família das mycobacteriáceas apresenta duas espécies microbianas responsáveis por duas das mais antigas e graves moléstias da humanidade: A tuberculose e a Hanseníase.
Estas doenças no passado histórico, juntamente com as guerras sangrentas, eram responsáveis pela extinção de milhares de vidas em todo o mundo, quando não estabeleciam irreparáveis danos físicos. As guerras sangrentas praticamente foram eliminadas, porque foram estabelecidos mecanismos políticos, sociais e econômicos a nível global que inviabilizam a sua ocorrência, ou seja, foram eliminadas as condições predisponentes.
Hanseníase: Mutilação de membros superiores
Comparativamente à espécie humana, os micróbios , seja eles saprófitas ou patogênicos, precisam de condições predisponentes para obterem êxito em suas investidas e, ao contrário das guerras sangrentas, essas condições predisponentes à Tuberculose e à Hanseníase sofreram pouca alteração, o que explica a alta incidência de tais patologias em praticamente todo o mundo. As condições predisponentes à Tuberculose e à Hanseníase são - da mesma forma que nas guerras sangrentas que imperavam no passado - políticas, sociais e econômicas, o que nos permite concluir que travamos uma guerra milenar contra dois inimigos comuns: Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae, com um agravante de serem inimigos invisíveis a olho nu.
A era bacteriológica e o desenvolvimento científico e tecnológico, recentemente incorporados à sociedade, reduziu sensivelmente as taxas de mortalidade e morbidade das doenças infecciosas. No caso específico da Tuberculose e da Hanseníase foram elaboradas substâncias bactericidas, bacteriostáticas e até profiláticas, a exemplo da vacina BCG, ativas contra M. tuberculosis e M. leprae; no entanto as condições de miséria social, analfabetismo e subnutrição sofreram poucas alterações nas regiões ditas "periferia do mundo". Esse quadro, por sua vez, foi sensivelmente agravado pela epidemia mundial da AIDS, que está diretamente relacionado com o agravamento do quadro da Tuberculose, devendo haver também alguma interferência na epidemiologia da Hanseníase.
Tuberculose pulmonar: Suprimento de oxigênio
Como é possível constatar, já dispomos de armas químicas e bioquímicas para enfrentar o problema, no entanto o descaso político, a ignorância e a desinformação criaram mitos responsáveis pelo intenso estígma social que envolve tais patologias, sobretudo a Hanseníase, influenciando negativamente o êxito terapêutico.
O quadro acima disposto faz com que a Tuberculose e a Hanseníase sejam doenças endêmicas praticamente em todo o mundo, sendo o Brasil, de acordo com Organização Panamericana de Saúde, o segundo país no mundo e o primeiro nas Américas em número de casos de Hanseníase. O quadro da Tuberculose no Brasil também é dramático com cerca de 90.000 casos novos e 5.300 óbitos notificados anualmente. 
Essa situação motivou a Organização Mundial da Saúde (O.M.S.) a declarar recentemente a Tuberculose como "CASO DE URGÊNCIA" em todo o mundo pois, segundo estimativas, 30.000.000 de pessoas morrerão em todo o mundo nos próximos dez anos, se medidas enérgicas não forem adotadas para conter aproximadamente 80.000.000 de casos previstos.
Acho que já passa da hora de povo e governos unirem esforços no intuito de desestabilizar a cadeia social, política e econômica favorável à prevalência dessas chagas da humanidade que são a Tuberculose e a Hanseníase. E você, o que acha?


Enfim... Gestação humana in vitro!

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Enfim, acabaram-se os problemas com a infertilidade e os desconfortos da gestação (...). Laboratório especializado em reprodução humana anuncia que desenvolveu tecnologia e garante realizar fecundação e gestação humana "in vitro".
Calma gente...estou brincando, pelo menos por enquanto! Não sei se vocês sabem, mas a ciência já domina a tecnologia da sexagem (identificação do cromossoma sexual dos gametas) e a tecnologia da fertilização in vitro. Sabem o que isso significa? Significa que em laboratório já é possível identificar em uma amostra de esperma os gametas que trazem o cromossoma sexual X e Y. Com isso pode-se definir, antecipadamente, o sexo do indivíduo a ser gerado por inseminação artificial, uma vez que é da junção do gameta masculino de cromossoma X ou Y com o óvulo (sempre X) que se tem o zigoto de combinação XY (sexo masculino) ou XX (sexo feminino).
A fertilização in vitro e a inseminação artificial foram evoluções tecnológicas importantes para a humanidade, pois resolveram sérios problemas de infertilidade entre casais desejosos de constituir família, mas que tinham problemas intransponíveis de infertilidade relacionados a pelo menos um dos membros do casal heterossexual. No entanto, a evolução não vai parar por aí! O próximo passo nessa linha evolutiva é a Gestação Humana in vitro. O que falta para isso é apenas a reprodução, em laboratório, das condições bioquímicas e biofísicas do ambiente intrauterino, o que não será uma tarefa fácil, dada a complexidade do liquido amniótico e das intensas interações bioquímicas e biofísicas que envolvem mãe-embrião e mãe-feto.
Mas vamos deixar a mente fluir e nos imaginarmos no ano 2500 com todos esses problemas de ordem técnica equacionados. Nesse tempo, as clinicas de fertilização estarão anunciando na mídia que dispõem dos recursos tecnológicos para realizar sexagem, fertilização e gestação in vitro. As mulheres, então, terão as opções da gestação nos moldes tradicionais ou a gestação em laboratório, livre dos desconfortos e dos contratempos do período gestacional fisiológico. Mas alguém pode perguntar: Como seria isso na prática? Respondo que, guardadas as devidas proporções, seria semelhante ao cultivo microbiano, que é realizado na rotina dos laboratórios de microbiologia, ou seja, a amostra, nesse caso o óvulo fecundado (zigoto) será depositado em um pequeno tubo de ensaio contendo uma solução aquosa sintética de líquido amniótico e colocado para incubar sob as mais rigorosas condições de temperatura, pressão, umidade, atmosfera gasosa, etc. Com o transcurso das semanas de gestação serão realizados vários repiques para tubos maiores, como também será renovado o volume de liquido gestacional para garantir a perfeita embriogênese. A mãe, por sua vez, será artificialmente estimulada a produzir os hormônios normais dessa fase, inclusive para garantir a lactação e consequentemente a amamentação, tão logo o feto conclua o seu desenvolvimento e deixe o último tubo de ensaio.
...vocês duvidam? É esperar pra ver!


Estudo Sinaliza para a Crise da Água no Planeta

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Publicado na conceituada revista científica Nature, o estudo aponta que cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado. Os pesquisadores organizaram um índice com as "ameaças para a água" e incluíram itens como escassez e poluição.
O fato é que, segundo o estudo, cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças e os pesquisadores apontaram que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza. A recomendação é que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções "naturais", como bacias hidrográficas e pântanos.
A partir da combinação de dados de diferentes ameaças os autores alertam que o panorama só deve piorar nas próximas décadas, devido ao aumento populacional e às mudanças climáticas.

O resultado da pesquisa é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento de água para a humanidade e para a biodiversidade.
- Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento - disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York - O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas - completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.
Mas quando o impacto da infraestrura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.
- O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos - disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa.
- Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial - disse ele.
Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente.
- Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo - disse ele.
De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.
Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.
Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.
A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.
A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas. Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.
- Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados - disse McIntyre.
Matéria publicada no site da BBC Brasil


E se a água acabar ... !?

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Quem diria...algo tão simples e ao mesmo tempo fundamental e, porque não dizer, vital! Até parece um capricho da natureza, o ser humano ter que submeter a sua  arrogância e a sua prepotência a um singelo copo de água.
É fato que não existe vida sem água. Sendo assim, nenhum ser vivo sobrevive na ausência desse líquido quimicamente tão simples. É fato, também, que alguns seres vivos toleram a restrição de água por longos períodos de tempo, como é o caso do rato do deserto e o camelo. Assim como há, também, seres que precisam viver literalmente dentro da água ou que possuem mais de 90% do seu peso corporal constituído de água. A espécie humana é uma das mais dependentes, sobretudo nos estágios iniciais de vida, onde a água chega a compor cerca de 80% do peso corporal.
Acho que não há o que se questionar nessa relação de dependência, quando se considera a esfera dos animais ditos irracionais. Afinal, eles não trazem o orgulho, a presunção e o excesso de vaidade em sua constituição biológica. Esses animais se comportam - até porque são - como uma extensão da natureza que os originou. Ou seja, esses organismos vivem em função da natureza.
Merece observação sim, essa relação de dependência da água, quando consideramos a espécie humana. Isso porque o homem não se considera uma extensão da natureza. Pelo contrário, acha que a natureza é uma dádiva que está aí apenas e tão somente para o seu deleite.
Mas será que, a essa altura, já nos damos conta que a água é um recurso finito? Será que temos a real consciência que não existe uma substância que a substitua? Que não existe modelo matemático que simule a vida sem a água!
Na minha opinião estamos sim construindo essa consciência, mas a relação entre consciência e inconsciência   quanto ao uso racional da água ainda está bastante desigual, de modo que prevalece o uso depredatório desse insumo estratégico. Se não conseguirmos rapidamente reverter a lógica prevalente do desperdício, da contaminação e destruição de mananciais talvez tenhamos que assistir em breve disputas ferozes entre nações e pessoas por uma porção desse liquido vital.
Se eu poder optar, não quero estar aqui para assistir isso!


Cientista abre o jogo sobre pesquisas genéticas!

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O Laboratório Terra S.A. não tem intenção de confundir os seus leitores, mas acha importante disponibilizar essa entrevista que foi publicada na FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 08/03/1987.

Nessa entrevista o biólogo francês Dr. Jacques Testard, pesquisador do Inserm, Instituto Especializado em Inseminação Artificial, membro da equipe do Hospital Antoine-Belcere, em Clamart (subúrbio parisiense), e um dos melhores especialistas mundiais em fecundação “in vitro”, rasgou o verbo! Ele afirma que decidiu parar com suas pesquisas com embriões humanos porque considera que a pesquisa científica tem de reconhecer os limites que a ética e a dignidade humana impõe ao estudioso.
Foi a primeira vez que um cientista especializado nas técnicas da procriação artificial mostrou “vivas inquietudes” face à evolução de sua disciplina e propôs uma “moratória internacional”. “Eu não irei mais longe. Não tentarei outras “premières”. Minha última proeza foi o congelamento de embriões humanos.” Jacques Testart disse que “Trata-se de uma posição minoritária no mundo científico. Outros continuarão. Não porque sejam melhores, mas pela vontade de ver seus nomes nos jornais e aparecer na televisão. Eu reivindico uma lógica de “não descoberta”, uma ética de “não-pesquisa”. Sei que será um “suicídio profissional”, mas não faz mal:  chegou a hora de dizer em alto e bom tom que não existe pesquisa neutra e que só suas aplicações são boas ou ruins. Este postulado é mentiroso e perigoso. Se me demonstrarem que uma única vez uma descoberta que correspondia a um desejo não foi aplicada, então recomeçarei…”.

Eis a Entrevista:

Folha – Cinco anos após o nascimento de Amandine, o primeiro bebê-proveta francês, fecundado “in vitro” pela equipe do Hospital de Clamart, o senhor anuncia no livro “Oeuf Transparent” (“Ovo Transparente”, em português, da “Édition Flammarion”) que “ viveremos o momento da pausa da auto-limitação do pesquisador”. Por quê?
Jacques Testart – Se prosseguirmos, chegaremos rapidamente a uma nova situação, que nada tem a ver com a primeira função da fecundação “in vitro”: responder a um diagnóstico e dar um filho a um casal estéril. Amanhã veremos nascer o bebê “prêt-à-porter” e, dentro de alguns anos, poderemos oferecer ovos “à la carte”, com sexo determinado, em conformidade com normas garantidas. Nossos filhos serão escolhidos como cachorros no canil: cor de pelo, tamanho das patas, forma das orelhas. Eu não pretendo, por exemplo, cortar um ovo humano em dois, retirar uma ou várias células de um óvulo fecundado para determinar o sexo da criança a nascer ou para fazer o diagnóstico de uma anomalia genética. Prefiro dedicar-me ao aperfeiçoamento das técnicas existentes e a desenvolver, nos animais, os estudos sobre congelamento dos óvulos.

Folha – Qual é exatamente o perigo?
Testart – A perspectiva do bebê sob medida me inquieta. Uma equipe científica multidisciplinar francesa anunciou recentemente a descoberta de uma técnica de diagnóstico do sexo dos embriões bovinos. É um primeiro passo para a determinação futura do sexo do embrião humano. No início, esta técnica será proposta como um progresso médico para as doenças hereditárias ligadas ao sexo. Depois, as pessoas passarão a se interessar pela fecundação “in vitro” para escolher o sexo dos seus filhos e os especialistas serão tentados a “fabricar” gêmeos. Um dia saberemos agir sobre o embrião e assim substituir um gene por outro, para corrigir tal ou tal malformação. Então, o termo “fabricar bebês” perderá as aspas. Encontramo-nos diante de uma encruzilhada:   Seguir adiante significa satisfazer, a médio prazo, o sonho dos biólogos de fazer homens sob medida, na mais perfeita lógica hitleriana. A técnica nos oferecerá “ovos à la carta”. E no cardápio biogenético as propostas serão infinitas: podemos imaginar a fecundação do óvulo pelo óvulo (sem a presença do espermatozóide), a auto-procriação feminina (que permitirá à mulher ter um filho que será sua cópia genética), a gestação humana no ventre de um animal, e até, por que não, a gravidez masculina.

Folha – Existem na França e em outros países que praticam a fecundação “in vitro” comitês de Ética encarregados de estudar este tipo de problema. Por que eles não se manifestam?
Testart – Os comitês de Ética, que não têm poder legal, também se sentem ultrapassados pelos avanços científicos. Por exemplo, eles ainda não se manifestaram sobre o congelamento de embriões, que se tornou corriqueiro. Quando uma mulher engravida, o que fazer com os embriões congelados? Na falta de resposta nós decidimos caso por caso, de comum acordo com o casal. Em setembro de 84, a equipe do Hospital Belcere publicou um método de micro-injeção de espermatozóide no óvulo. O comitê de Ética respondeu negativamente, dizendo que era prematuro e pedindo novos estudos em animais. Resultado: hoje, na França, várias equipes aplicam esta técnica, sem terem aguardado nossas conclusões.  Assistimos atualmente a uma tal volúpia entre as equipes médicas que ninguém respeita as regras éticas, ninguém tem tempo para perder com reflexão. Por isso proponho uma moratória imediata das experiências.


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