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Postagem em Destaque.

Saúde não tem preço, mas tem custos; e o custo é alto!

Antes de discorrer sobre o tema proposto, parece oportuno problematizar em busca do entendimento acerca do que seriam "preço" e...

...mais uma vez, as SUPER BACTÉRIAS.

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Manipulação em Cabine de Segurança 
Acho que já vimos este filme... Se o leitor dessa postagem já era nascido na década de 1990 deve se lembrar da onda de Bioterrorismo que se espalhou pelo mundo, envolvendo envelopes apócrifos enviados através dos correios, contendo pó suspeito de contaminação por Bacillus anthracis. Nessa época eu trabalhava na Seção de Micobactérias do Instituto Parreiras Horta - IPH. O IPH é o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) do Estado de Sergipe. Nesse instituto eu também era responsável pela gestão de Biossegurança.

Ataque às torres gêmeas (EUA)

Por ser o laboratório oficial do estado, o IPH foi definido pelo Ministério da Saúde como responsável por receber todas as demandas relacionadas ao bioterrorismo e dar os devidos encaminhamentos. Lembro-me que ao todo foram doze ocorências envolvendo envelopes contendo pó. A maioria dos envelopes foi trazida para o IPH pelo pessoal do Corpo de Bombeiros, mas fui pessoalmente fazer o recolhimento do material no gabinete do Prefeito de Aracaju e no Aeroporto da cidade. Os envelopes continham amido de milho, que após análises revelavam-se inócuos, pois não existia material infeccioso. Parece que esse evento serviu para nos mostrar o quanto somos e estamos vulneráveis. A entrega dos envelopes a destinatários definidos mostrou-se uma estratégia simples e bastante eficiente, dada a capilaridade dos serviços dos correios em todo o mundo. Imaginem se misturado ao polvilho que era colocado nos envelopes existisse amostra de micróbio patogênico de grande poder de virulência. Digo isso porque em alguns lugares noticiou, realmente, a existência de Bacillus anthracis misturado ao polvilho. No entanto, sabemos que esse patógeno é de baixa virulência, dando a entender que a intenção era apenas comprovar a nossa fragilidade em termos proteção global. Tanto que, em seguida, outros eventos terroristas ocorreram no mundo, onde o mais emblemático talvez tenha sido o ataque aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, que culminou com a derrubada das duas torres do world trade center.
Simbolo de Biossegurança
O fato é que pesquisadores dentro de laboratórios espalhados pelo mundo  manipulam cepas microbianas altamente virulentas que, se caíssem nas mãos de terrorista, poderiam produzir epidemias e até pandemias que resultariam em mortes sem precedentes. Um exemplo de agente biológico altamente infectante é o vírus da varíola. Como sabemos, a doença já foi extinta no mundo, mas cepas virais estão guardadas em virotecas de laboratórios de segurança máxima (NB-IV) do mundo. Imaginemos a multiplicação desse vírus e a sua pulverização em uma área urbana com a utilização de um avião, por exemplo. Isso produziria uma catástrofe mundial, dada a alta infectividade e letalidade da infecção. A pergunta é: Será que esse material biológico está suficientemente seguro? Como vimos no caso do ataque às torres gêmeas, o altamente protegido espaço aéreo americano não conseguiu prever, deter e conter a tempo a invasão terrorista, e o resultado é do conhecimento de todos.
Eletromicrografia de micróbios
Hoje , 08 de outubro de 2010, a mídia divulga ocorrência de infecção por super bactéria que já resultou na morte de 18 pessoas em hospitais de Brasília. O detalhe é que, segundo as informações, essa bactéria é do gênero klebsiella, comum no sistema digestivo humano, mas sofreu alteração genética, tornando-se resistente aos antibióticos usuais (Jornal Hoje, Edição do dia 08/10/2010). Mas, o que são essas "Super Bactérias"? Como elas surgem? Como evitá-las? Para responder essas perguntas devo iniciar informando que o meio ambiente está repleto de germes (bactérias, fungos, protozoários) e vírus. Esses micro-organismos são, genericamente, classificados como saprófitas e patogênicos. Devo lembrar também que essas entidades biológicas não são apáticas, pelo contrário, interagem intensamente, estabelecendo relações simbióticas e parasitárias em diversos níveis.
Sepultura coletiva (vala comum)
Antes do descobrimento e desenvolvimento dos antibióticos e quimioterápicos, as pessoas contraiam infecções, adoeciam e apenas o seu sistema imunológico era utilizado para fazer frente à doença e, a depender da higidez do sistema imunológico e da virulência microbiana as pessoas se auto-curavam ou morriam ou se tornavam doentes crônicos. A cólera, a febre amarela, a gripe espanhola, a peste bubônica, a varíola, a tuberculose, a febre tifóide e o sarampo ceifavam muitas vidas. Abriam-se valas para os enterros coletivos tamanha era a quantidade de cadáveres.
Atualmente a seqüência de raciocínio é a mesma, exceto pela introdução de antibióticos e quimioterápicos cada vez mais eficazes. Isso explica a notável redução das mortes por doenças infecciosas. Mas, como falei antes, os micróbios não são agentes passivos. Na condição de seres vivos, eles se reproduzem ou se multiplicam (vírus) e para isso precisam em um dado momento do processo duplicar o seu material genético.  A fantástica engenharia de duplicação do genoma nos organismo é perfeita. Tão perfeita que permite a ocorrência aleatória de mutações. E são essas mutações que favorecem a modificação dos organismos, dando-lhes novas características adaptativas e, aleatoriamente, possibilita o surgimento de "super" micróbios. Super porque conseguem produzir secreções que neutralizam a ação de antibióticos e quimioterápicos. Super porque conseguem aniquilar seus concorrentes na busca de nutrientes. Super porque são mais competitivos.
Não podemos evitar as mutações genéticas. Conseqüentemente, não podemos impedir o surgimento de Super Bactérias. Seria como negar a evolução. Podemos sim, utilizar de forma racional os antibióticos e quimioterápicos, pois são eles que possibilitam a seleção dessas entidades biológicas, ao eliminar seus oponentes naturais.


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