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Saúde não tem preço, mas tem custos; e o custo é alto!

Antes de discorrer sobre o tema proposto, parece oportuno problematizar em busca do entendimento acerca do que seriam "preço" e...

Cientista abre o jogo sobre pesquisas genéticas!

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O Laboratório Terra S.A. não tem intenção de confundir os seus leitores, mas acha importante disponibilizar essa entrevista que foi publicada na FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 08/03/1987.

Nessa entrevista o biólogo francês Dr. Jacques Testard, pesquisador do Inserm, Instituto Especializado em Inseminação Artificial, membro da equipe do Hospital Antoine-Belcere, em Clamart (subúrbio parisiense), e um dos melhores especialistas mundiais em fecundação “in vitro”, rasgou o verbo! Ele afirma que decidiu parar com suas pesquisas com embriões humanos porque considera que a pesquisa científica tem de reconhecer os limites que a ética e a dignidade humana impõe ao estudioso.
Foi a primeira vez que um cientista especializado nas técnicas da procriação artificial mostrou “vivas inquietudes” face à evolução de sua disciplina e propôs uma “moratória internacional”. “Eu não irei mais longe. Não tentarei outras “premières”. Minha última proeza foi o congelamento de embriões humanos.” Jacques Testart disse que “Trata-se de uma posição minoritária no mundo científico. Outros continuarão. Não porque sejam melhores, mas pela vontade de ver seus nomes nos jornais e aparecer na televisão. Eu reivindico uma lógica de “não descoberta”, uma ética de “não-pesquisa”. Sei que será um “suicídio profissional”, mas não faz mal:  chegou a hora de dizer em alto e bom tom que não existe pesquisa neutra e que só suas aplicações são boas ou ruins. Este postulado é mentiroso e perigoso. Se me demonstrarem que uma única vez uma descoberta que correspondia a um desejo não foi aplicada, então recomeçarei…”.

Eis a Entrevista:

Folha – Cinco anos após o nascimento de Amandine, o primeiro bebê-proveta francês, fecundado “in vitro” pela equipe do Hospital de Clamart, o senhor anuncia no livro “Oeuf Transparent” (“Ovo Transparente”, em português, da “Édition Flammarion”) que “ viveremos o momento da pausa da auto-limitação do pesquisador”. Por quê?
Jacques Testart – Se prosseguirmos, chegaremos rapidamente a uma nova situação, que nada tem a ver com a primeira função da fecundação “in vitro”: responder a um diagnóstico e dar um filho a um casal estéril. Amanhã veremos nascer o bebê “prêt-à-porter” e, dentro de alguns anos, poderemos oferecer ovos “à la carte”, com sexo determinado, em conformidade com normas garantidas. Nossos filhos serão escolhidos como cachorros no canil: cor de pelo, tamanho das patas, forma das orelhas. Eu não pretendo, por exemplo, cortar um ovo humano em dois, retirar uma ou várias células de um óvulo fecundado para determinar o sexo da criança a nascer ou para fazer o diagnóstico de uma anomalia genética. Prefiro dedicar-me ao aperfeiçoamento das técnicas existentes e a desenvolver, nos animais, os estudos sobre congelamento dos óvulos.

Folha – Qual é exatamente o perigo?
Testart – A perspectiva do bebê sob medida me inquieta. Uma equipe científica multidisciplinar francesa anunciou recentemente a descoberta de uma técnica de diagnóstico do sexo dos embriões bovinos. É um primeiro passo para a determinação futura do sexo do embrião humano. No início, esta técnica será proposta como um progresso médico para as doenças hereditárias ligadas ao sexo. Depois, as pessoas passarão a se interessar pela fecundação “in vitro” para escolher o sexo dos seus filhos e os especialistas serão tentados a “fabricar” gêmeos. Um dia saberemos agir sobre o embrião e assim substituir um gene por outro, para corrigir tal ou tal malformação. Então, o termo “fabricar bebês” perderá as aspas. Encontramo-nos diante de uma encruzilhada:   Seguir adiante significa satisfazer, a médio prazo, o sonho dos biólogos de fazer homens sob medida, na mais perfeita lógica hitleriana. A técnica nos oferecerá “ovos à la carta”. E no cardápio biogenético as propostas serão infinitas: podemos imaginar a fecundação do óvulo pelo óvulo (sem a presença do espermatozóide), a auto-procriação feminina (que permitirá à mulher ter um filho que será sua cópia genética), a gestação humana no ventre de um animal, e até, por que não, a gravidez masculina.

Folha – Existem na França e em outros países que praticam a fecundação “in vitro” comitês de Ética encarregados de estudar este tipo de problema. Por que eles não se manifestam?
Testart – Os comitês de Ética, que não têm poder legal, também se sentem ultrapassados pelos avanços científicos. Por exemplo, eles ainda não se manifestaram sobre o congelamento de embriões, que se tornou corriqueiro. Quando uma mulher engravida, o que fazer com os embriões congelados? Na falta de resposta nós decidimos caso por caso, de comum acordo com o casal. Em setembro de 84, a equipe do Hospital Belcere publicou um método de micro-injeção de espermatozóide no óvulo. O comitê de Ética respondeu negativamente, dizendo que era prematuro e pedindo novos estudos em animais. Resultado: hoje, na França, várias equipes aplicam esta técnica, sem terem aguardado nossas conclusões.  Assistimos atualmente a uma tal volúpia entre as equipes médicas que ninguém respeita as regras éticas, ninguém tem tempo para perder com reflexão. Por isso proponho uma moratória imediata das experiências.


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